Thérèse et Isabelle (1954) | Teresa e Isabel (2001) | Violette Leduc
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Teresa e Isabel foi, durante longos anos, uma obra banida, um manuscrito recusado pelos directores literários, em função de uma moral convencional que os fazia achar escandalosa a descrição sem barreiras de uma sensibilidade feminina. Hoje, pode enfim ler-se o livro tal como Violette Leduc o concebeu originalmente, com as suas páginas inéditas, ao mesmo tempo ásperas e preciosas, a sua linguagem nua e violenta que revela uma liberdade de tom que, até aos anos cinquenta, nenhuma mulher escritora ousara assumir.
Teresa e Isabel, que Violette Leduc começara a escrever em 1948, incentivada por Simone de Beauvoir, constituía a primeira parte de um romance, Ravages, proposto às Éditions Gallimard em 1954. Considerado impublicável, o romance foi então censurado pelo editor. No início dos anos sessenta, a autora integra por isso uma parte deste texto no terceiro capítulo do seu romance La Bâtarde. A outra parte é publicada autonomamente em 1966. E só hoje a obra recupera a sua coerência inicial e a sua continuidade.
Narrativa do amor de duas jovens colegiais, Teresa e Isabel baseia-se na história de uma das três paixões experimentadas por Violette Leduc na sua vida real. A sua recusa pelo editor mergulharia a autora num longo e doloroso processo depressivo, que apenas a sua consagração como escritora, ocorrida cerca de dez anos mais tarde, permitiria superar.
PS: Para quem está por Lisboa, podem fazer como eu e comprar este livro na livraria da estação do Cais do Sodré por 1,50€. Provavelmente, também estará disponível nas livrarias de outras estações de metro. 😊
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